Sunday, October 03, 2010












FLASH
Gosto de observar estes animais… mas ao longe!
Rebuscando velhas fotografias encontrei esta que, em si, nada tem de espectacular. Mas do lado de cá da objectiva foi onde decorreu o espectáculo.
Numa tarde de passeio e relaxe parei o carro junto à vedação, onde pastavam os touros bravos, animais que muito admiro desde criança, e que não se importunaram com a presença do veículo.
Baixei os vidros e preparei a máquina para fazer uns disparos. Isolei um preto e outro castanho, mais próximos e pelo contraste.
Mas…, pensei eu…, eles (os touros bravos) estão tão calmos que vou fotografá-los fora do automóvel, junto do aramado… sempre faço uma fotografia de melhor qualidade.
De minolta em punho, junto à cerca ainda me ocorreu uma segunda ideia: eles (os touros bravos) nem deram sinal de me sentir por perto. Com alguma agilidade até consigo saltar para o lado de lá… e a coberto das giestas faço um flash mais perto… vai sair fotografia de capa de revista de touros.
Eis-me, pois, de cócoras, “escondido” pela vegetação…, e faço o disparo, um único, isto é, o único que consegui pressionar… e de que aqui dou notícia.
O touro castanho, como vêem, não se molestou com o ruído, ou se deu por isso tal não lhe agitou a bravura.
Mas o touro preto… senhores, levantou de imediato o focinho de fera picada, na direcção do barulho feito pelo disparo, ou seja, na minha direcção, como o atesta a “impressão” revelada.
Depois aconteceu o que já não podia ser revelado: investiu bestialmente em busca do som que lhe incomodara o pasto. Ainda hoje não percebo como as minhas pernas actuaram tão velozmente e como de um salto (olímpico) fiquei do lado de lá do perigo.
O monstruoso touro preto estancou a poucos metros, levantando uma nuvem de pedra solta e pó, ao mesmo tempo que expeliu duas baforadas de mau génio de dentro dos pulmões.
Da minha parte as consequências de este encontro iminente foram de somenos importância: camisa e calças estraçalhadas, um pequeno golpe na testa e arranhões vários nos braços e nas pernas…, tudo resultado do tal salto olímpico.
Ele (o touro preto) nem me tocou…

AC

1 comment:

Camões said...

Rabejei um desses animais extrordinários na largada da festa de Setembro do Alandroal 2010.

Foi uma reacção expontânea, para ajudar um miudo que pegou o touro a 5 metros do local onde me encontrava. O touro não deu muita luta e logo se acercaram meia dúzia de corajosos para consumar a pega.

Preparava-se o forcado para sair dos cornos do touro, e como é habitual num bom rabejador, levei as mãos ao chão para esfregar na terra e o rabo do bicho não se escapar. Foi quando dei conta que o piso era de paralelos, e as minhas mãos estavam repletas de bosta do dito animal.

Estava quase terminada a minha função, passei o rabo ao parceiro mais próximo e fui lavar as mãos à oficina do Cagano.

Sensação indescritível!