Saturday, July 21, 2018


Trumpalhadas…
 

 

 

No dia em que um mafarrico com chifres retorcidos foi eleito presidente da nação mais poderosa do mundo, não se augurava nada de bom para a resolução de questões tão prementes e urgentes como a defesa do clima, contra o aquecimento global, veja-se o que se está a passar com o desgelo polar, o desafio permanente de muitos países com os quais os EUA tinham acordos, rasgando os mesmos unilateralmente, escarrando, perdoem-me o termo, em cima de quem quer viver em paz, mentindo  com desfaçatez e à revelia de qualquer vergonha, governando, como senhor todo poderoso, aos ziguezagues, farejando erraticamente em busca de inconfessáveis interesses…, enfim…, as Trumpalhadas são tantas e já tão insuportáveis, que dá para perceber que o diabo fugiu do inferno e temos aí à porta o reino do mal… para mal de todos nós.

Não me passava pela cabeça escrever, uma vírgula que fosse, sobre o “eixo do mal” (os amigos do programa da SIC que me perdoem a usurpação do nome).

No entanto, o ser maléfico e abjeto ultrapassou os limites do impensável ao separar famílias pelo seu elo mais fraco: as crianças!

Passa-se na fronteira do Texas com o México…, famílias mexicanas tentam entrar nos EUA para fugir da pobreza em que vivem…, em busca do “sonho” americano. Literalmente, vi reportagens nos canais televisivos onde aparecem crianças enjauladas, rostos de meninos chorando e clamando pelos pais, sem saber o que lhes está a acontecer…, aterrorizadas por energúmenos guardas fronteiriços…, tratadas como se fossem animais, que até os animais já são figura jurídica na nossa lei. Há notícia de crianças que andam perdidas… talvez já tenham sido levadas para outros estados…

Em que país se estão a transformar os EUA? Esta violação inqualificável dos direitos humanos faz-nos lembrar o quê?

E na Europa o que se passa? Os fantasmas adormecidos, leia-se fascismo e nazismo, que no século passado iam destruindo o nosso velho continente, estão a acordar, sentindo as costas quentes, com a ajuda e compreensão (des)interesseiras do “amigo americano”.

A Itália deixa um barco com imigrantes à deriva, perante o olhar incrédulo de todos nós, cidadãos europeus. E na Hungria, um cidadão que preste ajuda a um imigrante pode ser condenado a prisão.

Eu, que não pratico a religião, já digo: há por aí um bom exorcista que nos ajude a esconjurar estes

demónios?

Lisboa, 25/06/2018


AC