Sunday, September 23, 2007

Fonte do Pomar do Espinheiro

Construída no séc. XVI, em propriedade pertencente ao convento do Espinheiro.
Tem motivos da arte manuelina-mudéjar.
Sítio: perto da povoação da Graça do Divor, passando a antiga estação do caminho de ferro, sentido Graça – Évora, do lado direito da estrada vê-se muito bem.
Atenção que é difícil estacionar. Sugerimos o agradável passeio de bicicleta pela ecopista, onde há sinalização do monumento.
***
Bonita fonte há no campo,
mais bonita que a da cidade;
é para quem ouve um encanto
escutar o seu belo pranto
que nos traz a saciedade.
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A quem tem sede acode
e o calor mata nas almas,
ao rico e a quem não pode,
dá fartura a quem se acolhe
à sombra, nas tardes calmas.
AC

Sunday, September 16, 2007

Alentejo - "Sol posto"













A hora é de silêncio, ensurdecedor,
e de respeito pelo Astro
que vai descansar, em seu pudor,
longe da Noite, num outro rasto.

AC

Sunday, September 09, 2007














Mar de luz...


Os raios solares atingem, enfim, o mar, depois de uma longínqua e vertiginosa viagem, desenhando à minha frente um caminho prateado que me convida.
Ouço o som da dança das ondas, que a leve brisa sopra até mim e torna mais nítido, ao mesmo tempo que me inflama as narinas com o cheiro da maresia.
É fim de tarde na praia que conheço desde sempre.
ML toma um banho apetecível, gesticulando de longe para que a acompanhe. A brisa também transporta o seu recado: -vem …, a água está um caldo…
Por agora prefiro a companhia de Vergílio Ferreira – “aparição”. Estou embrenhado na leitura que julgava ter acontecido há muitos anos, mas tudo o que leio, ou releio, é-me presente, como se tivesse sido ontem a frénetica procura do “eu”, entre a serra beirã e a planície alentejana.
ML, delicadamente, interrompe a leitura para dizer «foi o melhor banho dos últimos vinte anos...».
Arrumo o livro no saco de praia para apreciar o mar. O Sol vai mais baixo no horizonte, no seu ritmo diário, repetitivo. O caminho de luminosidade prateada transforma-se noutro, cor de fogo. Fecho os olhos, sonho, apetece-me entrar mar adentro, percorrê-lo nessa viagem em sentido contrário. Vejo uma imensidão de estrelas sobre o mar…, o Universo!
Acordo bruscamente com a algazarra da rapaziada que joga à bola…, não se entendem quanto às regras do jogo.
Continuo a observar o mar de olhos bem abertos, até onde a visão mo permite. Barcos passam na lonjura, ou mais perto, ludibriando quem os enxerga.
A algazarra da rapaziada volta a captar-me a atenção: agora não se entendem quanto ao número de golos marcados. Um deles chuta a bola na minha direcção…, quando tento desviar-me desequilibro-me e faço uma pirueta na companhia da velha cadeira de praia.
Toca a arrumar o estojo…, são horas de procurar sossego!
(praia de S. Torpes-Set. 2007)
AC